As desigualdades sociais e a espoliação imposta pela Espanha fizeram com que a América Espanhola fosse palco de revoltas em diversos momentos.
No vice-reino do Peru, por exemplo, em 1742 o líder indígena Juan Santos Atahualpa (1710-1756), mobilizou indígenas e Mestiços em uma luta que se estendeu por quatorze anos com objetivo de restaurar o império Inca.
Em 1780, outro líder indígena, José Gabriel Condorcanqui (1738-1781), adotou o nome do último chefe Inca - Tupac Amaru, morto por espanhóis em 1572 - e comandou uma das maiores rebeliões indígenas da América Latina, ao mobilizar cerca de 60 mil pessoas contra o domínio espanhol no vice-reino do Peru. Sufocado em 1781, Tupac Amaru foi amarrado a quatro cavamos e despedaçado em público.
José Gabriel Condorcanqui
(Tupac Amaru II)
Em 1806, eclodiu na capitania-geral da Venezuela nova rebelião contra o domínio espanhol. Liderada pelo criollo Francisco Miranda (1750-1816), foi rapidamente sufocada pelas forças leais da Espanha.
Francisco Miranda
A partir de 1807, os movimentos de emancipação assumiram proporções capazes de pôr em perigo o domínio espanhol. Napoleão Bonaparte, com o bloqueio continental, proibiu os países europeus a comercializarem com a Inglaterra, sob ameaça de atacar os países onde as ordens não fossem cumpridas.
Napoleão, indo invadir Portugal, passou pela Espanha desencadeando batalhas. O rei da Espanha, Fernando VI, foi preso e perdeu o trono por ordem de Napoleão e em seu lugar, foi colocado o irmão de Napoleão, José Bonaparte. O povo espanhol não obedecia ao rei francês, e as colônias também se recusaram a fazê-lo.
Foi aí que as colónias viram uma grande oportunidade para começar a lutar pela sua independência: com a Espanha tentando expulsar as tropas de Napoleão, não teria muito controle sobre as rebeliões noutro continente.
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